sexta-feira, 25 de março de 2011

Capítulo 37: O que se antecede ao show

O produtor olhou imediatamente para Mari, juntamente com Yunho, confuso.

-Como assim se demitir? Você está em seu juízo perfeito?

Mari sorriu sem jeito.

-É que...

-Nada de é que! Você foi selecionada entre várias candidatas e é a mais capaz para este cargo. Não deixarei que se demita por causa de implicâncias de um empregado. –o produtor olhou furiosamente para Yunho que por sua vez estava quieto e na defensiva- Jung Yunho, aqui, Mari é sua chefe, assim como eu. Exijo que você a respeite. Pouco me importa o que aconteceu ou deixou de acontecer entre vocês, mas seja lá o que tiver sido, é passado, então aja como um homem e separe trabalho de pessoal. Estamos entendidos?

Yunho fazia um biquinho, contrariado. Odiava quando levava alguma bronca do produtor, mas nada poderia fazer a não ser concordar. Não queria mais perturbações em sua cabeça, afinal, precisava estar relaxado para o show que seria no dia seguinte.

-Tudo bem Senhor.

O rapaz bufou, olhando de lado até que ergueu os olhos para observar Mari. A jovem o observava em silêncio. Seus olhos se cruzaram por alguns segundos, até que Yunho desviou o olhar novamente para o produtor que insistia em fita-lo seriamente.

-Agora, se levante e peça desculpa a Senhorita Mari.

Ao ouvir a ordem, Yunho arregalou os olhos para seu produtor não querendo acreditar no que havia acabado de escutar.

-Quer que eu peça desculpas?

-Mas é claro! Você foi o grosseiro e sem educação. Por quê? Quer que ela peça desculpa a você?

“Bem que deveria” pensou o rapaz, contrariado.

-Não produtor, mas é que...

-Yunho, não quero ter que repetir de novo. Tenho muito o que fazer hoje, portanto, vamos logo com isso.

O produtor permanecia sentado em sua cadeira o fitando de forma ameaçadora. O rapaz bufou ao ver que não tinha escolha e resolveu acabar com aquilo tudo o mais depressa possível. Yunho levantou-se da cadeira que estava até então sentado e se dirigiu até Mari, que estava de pé um pouco ao lado do produtor. O rapaz parou de frente a ela, colocando as mãos no bolso da calça e a fitando de forma desdenhosa. Mari estava nervosa com toda aquela situação. Não sabia aonde enfiar a cara, mas estava profundamente agradecida pelo produtor. Ele mal a conhecia, mas já demonstrava se importar e confiar nela e isso a fez ter mais segurança de si naquele novo e diferente emprego. A jovem estava meio que perdida em seus pensamentos quando foi dispersa pelo pequeno e frio sorriso lançado por Yunho para si, fazendo-a corar levemente.

-Desculpe Mari, por ter me portado de maneira indelicada com a senhorita. Não foi a minha real intenção. Perdoe-me, por favor. Não sei aonde estava com a cabeça àquele dia.

Mari sorriu ao mesmo tempo em que temia por seu rosto estar corado além do normal.

-Tudo bem. Vamos começar do zero.

A jovem sorriu, demonstrando timidez, e em seguida estendeu uma das mãos. Yunho fez o mesmo, apertando a mão da jovem e em seguida se virou para o produtor que sorria satisfeito.

-Muito bem Yunho. Esse é o líder que eu conheço. Já que tudo está resolvido, vamos ao que interessa certo?

Yunho assentiu enquanto voltava a se sentar na cadeira.

-EntãoYunho... Você sabe muito bem que amanhã será o show de vocês. Os meninos já estão no estádio ensaiando os últimos detalhes. Antes de você também ir para lá, gostaria que fosse a uma pequena entrevista de última hora que acabou surgindo.

Yunho pareceu confuso.

-Entrevista? Assim do nada?

O produtor sorriu.

-É uma pequena entrevista para uma revista nova que saiu. Estão querendo publicidade e divulgação. Pagaram-nos um bom preço para te ter como entrevistado em sua primeira edição. Acreditam que será um enorme sucesso, o que não posso deixar de concordar, não é verdade?

Yunho sorriu de forma confiante. Mari o fitava e estava cada vez mais impressionada em como o rapaz estava lindo. Ele se transformara em um completo homem, em todos os sentidos. Sua atenção voltou-se ao produtor mais uma vez assim que ele voltou a falar.

-A entrevista não deve demorar mais que meia ou uma hora. Depois gostaria que você fosse com Mari a um representante da Elle. Estão querendo agendar para vocês um ensaio fotográfico. Mari precisará cuidar do cache e eu gostaria que você a acompanhasse já que tem mais experiência nesses assuntos. Como ela é nova, seria útil sua ajuda.

Yunho fitou Mari, irritado.

-Vou ter que ser babá dela?

O produtor imediatamente ficou mais uma vez sério, fazendo com que Yunho se arrependesse do que havia acabado de dizer, já sabendo que lá viria uma possível bronca. O rapaz recostou-se em sua cadeira enquanto exibia um biquinho fofo.

-Desculpe.

Yunho tratou-se logo de se desculpar. Não estava nem um pouco a fim de ouvir mais um daqueles sermões enormes. O produtor sorriu.

-Mari irá lhe acompanhar também a entrevista a revista. Trate de se acostumar a tê-la por perto.

Yunho fitou a jovem, que sorriu timidamente. O produtor prosseguiu.

-Ela irá lhe acompanhar a todos os dois lugares e em seguida irá te levar ao estádio para você também terminar de se interagir com o local do show. Quero tudo impecável para amanhã, como sempre foi. – o produtor olhou para o relógio de parede que estava logo à frente e arregalou os olhos- Acho melhor vocês se apressarem. A entrevista com a revista dentro de meia hora.

Mari sorriu enquanto se aproximava do produtor. Yunho a observava em silencio.

-Estamos de saída então Senhor Produtor. Precisa de mais alguma coisa?

O homem sorriu enquanto pegava um cartão na gaveta da mesa entregando a Mari em seguida.

-Não. Só isso mesmo. Quando você chegar ao estádio, me ligue avisando se os preparativos estão indo direito. Aqui. O cartão da produtora. Podem usá-lo para pagar a conta do almoço já que não terão tempo de almoçar por aqui.

Mari sorriu e se despediu. Yunho levantou-se da cadeira, bufando disfarçadamente e seguiu a jovem.

-Até mais, produtor.

Enquanto fechava a porta, Yunho lançou mais um olhar para o produtor, surpreendendo-se então com o sorriso suspeito que ele lhe lançou. Achou estranho aquele sorriso que muito lhe pareceu malicioso. Foi quando percebeu que ele mesmo poderia tê-lo acompanhado ao invés de Mari, mas a mandara em seu lugar propositalmente. Sentiu-se irritado ao perceber o que o produtor pretendia.

-Temos 20 minutos para chegar ao prédio da revista. Ainda bem que não fica muito longe daqui.

O rapaz fitou Mari que sorria para ele. Notou que a jovem estava levemente corada. Ambos entraram no elevador e seguiram até o carro da empresa que os aguardava em frente ao edifício. Ambos seguiram até a nova revista que ficava a três quarteirões dali. Seguiram em silencio.

Enquanto isso Camila e Thamiris estavam no quarto, sorridentes, conversando a respeito da noite que passaram com seus amados. Camila bebia seu café com achocolatado, única coisa que comia durante a manhã. Ela não gostava de se alimentar antes do almoço. Thamiris por sua vez comia seu pão quentinho e levemente torrado com manteiga juntamente com seu café com leite de todas as manhãs.

-Thamiris... O Yoochun estava irreconhecível esta noite. –a jovem sorria enquanto se abanava ao relembrar as cenas de logo cedo- Ele estava completamente selvagem na cama. Levou-me a loucura.

Thamiris riu.

-Nem fale. Meu Changmin também estava tão diferente. Normalmente eles são super-românticos, mas ontem estavam com um fogo.

-Concordo –ria Camila demonstrando estar impressionada- E no rio? Yoochun me alisando no meio de tantas pessoas. Confesso que fiquei envergonhada e bastante surpresa. Foi diferente e excitante.

-Tem razão. –Thamiris sorriu- Confesso que nunca tinha ido a um motel. Eu achava que eram lugares sujos e nojentos, mas até que aquele que eles nos levaram era bem limpinho e luxuoso.

Camila assentiu enquanto bebia seu leite.

-Sabe... Fiquei com medo de eles serem reconhecidos e acabar saindo alguma noticia nos jornais. Sabe como se devem ter paparazzi em todos os lugares que eles vão. Imagine se sair nos jornais algo como: “Yoochun e Changmin, os deuses do Leste, em motel com duas garotas estranhas. Seriam elas fãs?”.

Thamiris engasgou-se com um pedaço da torrada.

-Pior se nos confundirem com prostitutas.

Camila começou a rir, ficando séria em seguida.

-Isso estragaria a imagem deles... E a nossa também.

As amigas se entreolharam.

-Compre os jornais do dia.

Camila riu com a reação da amiga.

-Relaxa. Eles não teriam feito o que fizeram se não tivessem certeza de que estariam seguros.

Mais uma vez Camila se abanava ao relembrar de Yoochun. Foi quando se recordou de algo que o namorado lhe havia dito.

-Thamiris... Ontem Yoochun me disse que entrou uma nova empregada lá na empresa deles e ela já arrumou problemas com Yunho Oppa.

Thamiris fitou a amiga, curiosa.

-Me conte.

-Sabe... Segundo ele, ela era algum amor do passado de nosso líder sexy e o rejeitou por nenhum motivo. –Camila aproximou-se, sussurrando- Disseram que ela esnobou aquela delicia bem dotada e o trocou por um play boy de merda.

Thamiris levou a mão à boca, incrédula com o que acabara de ouvir, não deixando de rir pela forma como sua amiga havia falado do líder dos deuses, não deixando de concordar, claro.

-Menina... Jura? Que babado. –Thamiris sorria enquanto terminava seu café- Tenho que conhecer essa maluca. Ela não deve ser normal.

-Estava pensando o mesmo –sorriu Camila curiosamente- Temos que descobrir mais a fundo sobre essa historia. Chunnie me disse que ela é o braço direito do produtor e responsável também por eles. Por isso Yunho se irritou tanto. Sabe o que podemos fazer?

Camila viu Thamiris acenar com a cabeça de forma negativa e sorriu, dando então prosseguimento a sua ideia maluca.

-Meu Chunnie me disse que hoje eles teriam que estar no estádio do show de amanhã para realizar os procedimentos finais.

Thamiris começou a gritar do nada enquanto ria, assustando Camila.

-Estou tão ansiosa por esse show! –ria a jovem eufórica- Imagina miga. Assistiremos ao show deles não apenas como fãs, mas sim como as mulheres das vidas deles e maiores inspirações de nossos gostosos.

Camila caiu na gargalhada.

-Verdade. Será que Nathália vai?

-Provável.

-Hum... Mais tarde combinamos com ela pra irmos juntas, certo? Enfim... Deixe-me prosseguir com minha ideia, Thamiris.

A jovem sorriu, assentindo com a cabeça.

-Voltando... Eles hoje e amanhã estarão totalmente ocupados lá. Podíamos dar uma passada lá para ver se encontramos essa Mari. Queria conhece-la melhor.

Thamiris sorriu.

-Podemos ir amanha mais cedo pra ajudar nossos lindos a se arrumarem.

Dizia Thamiris maliciosamente. Camila mordiscou os lábios com o semblante repleto de expectativa.

- Realmente. Não podemos deixá-los sem assistentes à altura deles. Afinal, são deuses do leste.

Thamiris concordara na hora com que sua amiga havia dito.

- Podemos pegar um táxi , o que acha?

Camila notou o semblante sapeca que a amiga exibia. Thamiris fez um biquinho enquanto observava Camila.

- O que é? Você não gostaria de chegar lá e surpreender o Yoochun após um dia de trabalho, em que ele estará com frio, sede, fome...

Falava Thamiris empolgada. Camila já estava revirando os olhos enquanto interrompia as palavras da sua amiga.

- Ok. Ok. Chega. Já entendi. O que você pretende afinal?

Camila estava bem curiosa, mas não dando o braço a torcer. Thamiris balançava a mão ansiosa, afinal a ideia que tivera iria ser ótima para executar.

- Bom, eles estarão suados após o ensaio e com certeza tomarão banho.

Falava Thamiris enquanto notava os olhos arregalados de Camila.

- O que você quer dizer com tomarão? Você pretende vê-los pelados?

Thamiris sorriu enquanto balançava de forma hesitada a cabeça.

- Quem me dera. Seria ótimo.

- Se não é isso... Então o que é? Fala mulher, está me deixando agoniada com essa moleza toda para falar.

Thamiris gargalhou com a resposta de sua amiga. Ela nunca deixava barato. Sempre tinha resposta na ponta da língua para tudo. Merecia uma porrada na hora, mas Thamiris resolveu palpá-la.

- Eu soube por uma fonte super segura, que as dançarinas de lá são profissionais em massagens, e que geralmente elas conseguem fazer neles. Cara , quando eu soube disso, quase morri. Por que você imagina só, você aqui conversando com a sua melhor e perfeita amiga, enquanto seu Yoochun está lá, com as costas totalmente desnudas entre outras partes que se eu comentar você engole né. E recebendo carícias sem fim e...

Camila se encontrava preocupada só pelo fato de pensar naquelas possibilidades. Resolveu dar um jeito em toda aquela situação. Thamiris, por sua vez, estava adorando ver sua amiga com o rosto vermelho e sobrancelhas arqueadas. Era óbvio que não havia massagista nenhuma em pleno local do show, mas sua mente estava trabalhando para que naquele dia houvesse. Pois seria emocionante ver os cinco relaxando.

- Gente, eu nunca imaginaria que meu Chunnie estivesse correndo tanto perigo com aquelas dançarinas. Vamos logo para esse estádio onde eles estão ensaiando.

Thamiris sorriu, assentindo com a cabeça, triunfante por ter conseguido o que queria. As amigas se aprontaram rapidamente e desceram para pegar o táxi. Lá dentro, Thamiris estava sorrindo debochadamente e disfarçadamente.

“Tonta. Crente que o bofe está dando confiança pra outra. Essa minha miga é uma comédia mesmo!” Se gabava Thamiris enquanto fitava a cidade através do carro.

- Pois é se não ficarmos de olho, aquelas mulheres tomarão conta deles. Não podemos deixar barato. Não podemos perder tempo.

Camila fez um biquinho e acenou a cabeça em afirmação. Thamiris insistia em sorrir irritando assim a Camila.

- Você está com algum parafuso a menos? Ou com a glicose baixa talvez?

Falava Camila de forma desconfiada. Thamiris desviou o olhar para que sua amiga não notasse a mentira estampada no seu rosto.

- Eu estou bem miga. Só um pouco apreensiva com toda esta situação né.

Dizia a garota enquanto pigarreava. Camila, por sua vez, já estava enviando uma mensagem pelo celular para seu amado. Thamiris somente observava o desespero exagerado de sua amiga. Passaram-se 03 minutos e seu torpedo havia sido respondido pelo Yoochun. Camila bufou enquanto seu olhar ficava pequeno ao imaginar a cena, em que ele era totalmente massageado pela suposta dançarina, que em sua opinião ficaria sem cabelo, sem dúvidas.

- Miga. Nunca te vi tão desnorteada. Se eu soubesse que você iria ficar deste jeito, eu mesma teria ido resolver esta situação sozinha.

Dizia Thamiris na tentativa de zoar a amiga. Camila sorriu sarcasticamente enquanto a olhava com seus olhos cheios de vingança.

- Acredite que você protegeu a sua vida me dizendo isso. Caso contrario, você saberia o que te aconteceria. Ou seja, pela primeira vez na vida você fez algo certo.

Ambas ficaram se alfinetando enquanto se dirigiam ao restaurante que ficava na mesma rua do estádio para colocar o plano em prática. Decidiram almoçar antes para discutir toda aquela ideia repentina, porém calculada de Thamiris. Assim que chegaram ao local, as jovens escolheram uma mesa discreta ao canto. Thamiris se sentou primeiro ajeitando seu vestidinho super justo de cor branca, Camila por sua vez, estava com suas pernas de fora, ou seja, usava uma saia preta que valorizava suas pernas. Usava também uma blusa tomara-que-caia, a mesma estava admirando o restaurante daquele lugar. Havia som ambiente e a limpeza reinava em todos os pontos.

-Estou curiosa para saber dessa sua ideia. Conta logo essa sua maluquice? –Camila sorria euforicamente, porem, ansiosa- Espero que não nos meta em confusões como você adora fazer.

Falava Camila divertidamente enquanto fitava a Thamiris que lhe lançava olhares sonsos e possivelmente não irritada com o tal comentário.

- Olha quem fala. E por incrível que pareça, só faço de nossas vidas mais e mais emocionantes.

Thamiris se gabava de si enquanto olhava o cardápio do local.

- Metida. Mas enfim... Vai falar o plano ou não?

Camila exibia seus olhos brilhantes. Thamiris sorriu alto e divertidamente assustando a jovem.

- Que medo. Estou até com medo de saber que plano é esse. Aposto que acabaremos sendo expulsas do estádio.

Thamiris fez um biquinho enquanto bufava de decepção. Pelo jeito, Camila estava de mau humor hoje, porém estava disposta a mudar isso. A mesma se levantou repentinamente, ou seja, sua amiga precisava de um estimulo para fazer daquele plano possível para todas. Camila observou Thamiris, que exibia um sorriso desconfiável nos lábios.

- Irei ao banheiro, pois estou apertada, em seguida lhe contarei o meu plano perfeito e perspicaz. Ok?

Camila observava Thamiris saindo do local de forma bem suspeita. “Alguma coisa ela está aprontando. Mas o que será?” Pensava a garota enquanto seu rosto era de total atenção. Thamiris por sua vez, trancou a porta do banheiro e pegou se celular sorrindo.

Digitou alguns números e esperou até que Changmin atendesse.

- Oi amor!

Dizia Changmin eufórico e feliz.

- Olá meu bem. Está muito cansado?

- Bastante, preciso de uma boa massagem. Você é perfeita nisso sabia?

Changmin arrancava sorrisos tímidos e sonsos da jovem. “Seus pensamentos e vontades serão atendidos hoje sem falta meu bem." Pensava a garota suspirando.

- Não somente sei, como assim que nos encontrarmos novamente atenderei seu pedido. Ok lindo?

- Oh! Promessa é divida, quero só ver. Tenho que voltar ao trabalho agora.

- Não! Espera amor! Preciso lhe pedir algo.

Dizia Thamiris torcendo para que Changmin aceitasse. Esperou uns segundos para se recompor.

- Pode pedir minha princesa.

- Fala para o Yoochun ligar para a Camila. A coitada está com saudades da família sabe. Peça a ele para dizer que irá terminar de ensaiar, tomará um banho e em seguida relaxará pensando nela, ou seja, tudo ele fará pensando somente nela e que todas não chegam aos pés dela. E que depois ele irá para o hotel a fim de encontra-la... Pois nunca vi minha amiga tão deprimida e sem animo. Faça isso por mim amor?

Thamiris sorria baixinho, ou seja, sabia atuar perfeitamente quando o assunto era confusão. Changmin prontamente atendeu seu pedido. Passados uns momentos Thamiris já estava na mesa juntamente com sua amiga se alimentando. O celular de Camila começou a dar uns toques e Thamiris pode notar o sorriso torto de sua amiga ao saber de quem se tratava. Thamiris tentava se controlar para não rir do que Camila iria escutar.

- Hm? Você... Aham. Sei... Tudo bem! Ligue-me assim que você “relaxar"!

Dizia Camila com sua voz irritada. Thamiris estava limpando sua boca quando perguntou:

-Algum problema, Camiroka?

Thamiris se fazia de desentendida. Desde que Camila estava se dando por difícil em relação a esse plano, tudo ficara mais divertido para ela. Thamiris estava amando.

- Bom... Ele me disse: vou terminar de ensaiar, tomar banho e relaxar bastante para te encontrar. Afinal quero estar disposto para você. Rum... Que abusado.

Dizia Camila transtornada. Thamiris concordou, evitando rir.

- Mas qual o problema no que ele disse? Foi algo normal de se dizer, pelo menos eu acho né.

-Normal nada! Ele deve estar todo feliz com aquelas dançarinas com fogo no rabo! Que ódio!

Thamiris riu.

- Calma amiga. Estou com a situação nos conformes. Ninguém fará massagem no meu Changmin. Se quiser posso até cuidar do Jaejoong, pois a Carla não estará lá né. Tadinha. Posso fazer este favor para ela.

Falava Thamiris sonsamente. Camila sorria divertidamente a cada palavra que sua amiga dizia.

- Sonsa. Sabemos muito bem sua real intenção. Sua safadinha, isso sim! Rum... Mas até que, pensando bem, sua ideia não é tão ruim. Podemos dividir cada uma faz um pouco de massagem nele para compensar.

Enquanto isso, Yunho terminava de dar sua entrevista.

-Qual sua meta daqui para frente?

Perguntou a jovem aprendiz de repórter. Yunho sorriu, gentilmente, enquanto pensava em uma boa resposta.

-Hum... Minha maior meta sempre será a mesma... Dar o meu melhor a cada trabalho e oportunidade nova a mim ou ao DBSK feita. Nosso maior desejo é sempre agradar aos nossos fãs. São graças a eles que chegamos onde estamos e são também nossos maiores críticos.

Yunho riu juntamente com a repórter. Mari estava ao lado, fora das atenções dos que ali estavam. Gostava de ser discreta. Observando tudo com um belo sorriso no rosto, ela o admirava, sonhadoramente. Nunca o vira daquela forma que estava o vendo no momento... Como um astro, um famoso e lindo cantor desejado por milhares de mulheres. Yunho estava tão diferente de antigamente. Estava mais belo e atraente, fato, mas estava mais maduro, seguro de si. Era como se fosse outro homem.

-Ultima pergunta, Senhor U-Know Yunho e acredito que a pergunta que não quer calar... Alguma namorada em vista?

Mari deu um salto ao ouvir a pergunta da jovem repórter e surpreendeu-se pelo motivo de ter ficado tão incomodada de repente. Yunho sorriu, suspirou e ficou meio pensativo. Mari gelou ao ver Yunho virando para fita-la repentinamente. A jovem pode sentir seu coração acelerar de forma inesperada quando o rapaz desviou o olhar, com desprezo e voltou a sorrir para a repórter.

-Muitas pessoas me tem feito esse tipo de pergunta ultimamente. –sorriu ele- Apesar de tudo, não tenho ninguém em mente. Acho que meu coração ainda não encontrou a mulher ideal.

-E seus amigos? Estão comprometidos com alguém?

Yunho fitou a jovem repórter meio sem jeito e sorriu.

-Isso é algo que diz respeito a eles. Desculpe, mas não posso comentar.

-Entendo.

Era o fim da entrevista. Yunho levantou-se, sorrindo de forma cativante, e se despediu de toda a equipe da nova revista que tão bem lhe acolhera. Ele e Mari seguiam até o carro da empresa que estava estacionado na entrada do prédio.

-Parabéns Yunho –sorriu Mari envergonhada- Você fez uma bela entrevista.

Yunho deu de ombros.

-Já estou acostumado. Eles fazem sempre fazem as mesmas perguntas. A única coisa que muda mesmo é o nome da revista ou jornal. Eles pensam que inovam com perguntas diferentes, mas no final, as minhas respostas são sempre as mesmas. Isso é cotidiano para mim. Não se impressione com qualquer coisa.

Ele olhou a jovem de forma despreocupada e pode notar o biquinho chateado que a jovem havia feito e não pode deixar de sorrir, mesmo que disfarçadamente. Aquele semblante estava gravado em sua mente e jamais poderia ser apagado. Lembrava-se do dia em que estavam no colégio e tiveram que jogar um contra o outro na aula de educação física. Yunho estava no gol e Mari era do time oposto ao seu. A jovem veio correndo em sua direção triunfantemente para fazer o gol quando se surpreendeu com a defesa do rapaz. Ela fizera a mesma cara que estava fazendo no momento. O rapaz ria por dentro pensando que ela continuava a mesma de sempre quando chegaram ao carro. Mari olhou o relógio em seu pulso.

-Melhor almoçarmos antes de nos encontramos com a Elle.

Yunho acenou com a cabeça em afirmação. Ambos seguiram até um dos restaurantes mais conceituados da cidade. Yunho se serviu primeiro enquanto Mari aguardava na mesa por eles escolhidas logo ao canto. Assim que Yunho se aproximou da mesa, Mari levantou-se para pegar seu prato. Não trocaram uma palavra. Yunho sentou-se e estava prestes a começar a comer quando decidiu por esperar a jovem. Ele virou-se para observa-la se servir e foi quando notou em como ela estava bonita. Não havia reparado ainda, mas, ela não estava tão a mesma de antigamente como ele pensara estar. Mari vestia uma saia social fazendo conjunto com um blazer da mesma cor da saia, ambos pretos. Seus cabelos estavam um pouco mais longos do que ela costumava usar no tempo de colegial. Eles eram levemente enrolados nas pontas e castanhos vivos. O rapaz ficou a admirá-la disfarçadamente quando ela finalmente se aproximou. Yunho pode notar que enquanto ela andava chamava a atenção de alguns homens que estavam sentados pelas mesas do estabelecimento.

“O que eles tanto olham ali? Ela nem é atraente!” pensava o rapaz, dando de ombros.

Mari sentou-se, sorrindo.

-Bom almoço.

A jovem começou a comer, distraidamente. Yunho ficou parado a observando. Seus cabelos suaves e sedosos caiam gentilmente sobre seu rosto, a incomodando. Observou a jovem prender os cabelos em forma de um coque e pode notar mais seu rosto. Estava mais madura e concluiu que estava mais sexy e atraente que antigamente. Foi quando se dispersou de seus pensamentos ao ter seu celular tocado. Era o produtor.

-Sim. Esta tudo bem, produtor. Sim. Estamos terminando de almoçar e já vamos para a Elle. Tudo bem. Até mais.

Mari fitou o rapaz.

-O que ele queria?

Yunho deu de ombros.

-Nada. Saber se estava tudo bem entre a gente.

-E está, né?

Yunho observou o gentil sorriso que ela lhe lançava e percebeu que seu sorriso era o mesmo de sempre... Aparentemente inocente e percebeu que ele ainda lhe causava as mesmas sensações de antes. Faziam com que seu peito queimasse misteriosamente. O rapaz irritou-se consigo mesmo por estar a observando de forma que não deveria estar a muitos anos.

-Não. Não está. Se estou te tratando bem é profissionalmente. Sou obrigado a te aturar. Mas fora da empresa, meu tratamento e frieza com você não irão mudar, entende? Não confunda o profissional com o pessoal.

Mari observou o rapaz, irritada.

-E eu falei em pessoal, por acaso?

-Só falei para te lembrar.

-Não te pedi nada.

Yunho arregalou os olhos e notou a jovem dar de ombros, voltando a se concentrar em sua comida.

“Abusada. Só por que virou minha chefa está cheia de marra.” pensou ele.

Ambos terminaram de almoçar sem mais trocar uma única palavra. Mari aproximou-se do caixa, pagando a conta com o cartão da empresa a ela dado pelo produtor e em seguida seguiram até a empresa da Elle.

Enquanto isso, Nathalia se desculpava com o produtor por Carla ter faltado o trabalho naquela manhã. A jovem explicou a situação que ocorrera da tentativa de suicídio da amiga e disse que a jovem ainda não estava se sentindo muito bem.

-Nathália, irei deixar passar desta vez por que estou vendo que a situação é séria –dizia ele seriamente- Mas não quero que isso se repita. Não preciso de empregados problemáticos. Ela já procurou algum psicólogo?

Nathalia sorriu, meio sem jeito.

-Não, acho.

-Pois diga a ela que espero que ela esteja perfeitamente boa para amanhã. Não podemos nos dar ao luxo de ter empregados faltando. Amanhã é o show e temos muitas coisas a serem tratadas por aqui. Quando ela chegar amanha diga para vir a minha sala. Tenho o telefone de um ótimo psiquiatra para ela se tratar. Agora volte ao seu trabalho.

Nathalia se irritou com a forma que o produtor havia falado de sua amiga. “Por acaso ele insinua que ela é louca? Ela só está confusa. Idiota” pensou ela.

-Sim senhor. Com licença.

Nathalia estava indo em direção ao elevador, pensativa. Apesar do produtor ter sido meio incompreensível, em parte ele tinha razão. Ela precisava resolver logo seus problemas, mas não com um psicólogo ou psiquiatra, mas sim com Jaejoong. A jovem estava distraída quando ouviu seu celular tocar e rapidamente atendeu ao ver de quem se tratava.

-Oi amor. Que saudades.

Junsu sorriu feliz por ouvir a voz de sua amada.

-Oi minha linda. Como você está? Se sente melhor? E Carla?

Nathália sorriu e sentiu-se feliz mais uma vez só em ouvir a doce e suave voz de seu namorado. Pode ouvir um grande burburinho ao fundo.

-Amor... Estou bem. Carla não veio trabalhar hoje. Está no ensaio?

Junsu estava escondido dentro de seu camarim. Precisava falar rápido antes que Yoochun viesse busca-lo arrastado. Já podia ouvir a voz do amigo a chama-lo pelos corredores.

-Amor... Preciso ser breve. Estou no ensaio sim. Preciso conversar algo muito sério com você.

Nathália sentiu seu corpo gelar.

“Meu Deus! Será que ele quer terminar comigo por eu não ter cedido esta noite a ele? Não. Meu Junsu não é assim” A jovem sorriu, tratando de dispersar seus pensamentos bobos e infantis.

-Aconteceu alguma coisa, Oppa?

-Sim. Mas não posso te falar agora. Podemos nos encontrar assim que eu sair daqui?

Nathalia assentiu.

-Por mim tudo bem.

-Ok então. Amor, assim que eu sair te ligo então. Beijos e te amo.

Nathália sentiu um alivio imenso ao ouvi-lo dizer que lhe amava, mais ficou apreensiva com o tom de voz do namorado.

-Tudo bem, amor. Também te amo. Até mais.

Enquanto isso, Yunho e Mari haviam terminado de acertar os ensaios fotográficos com a Elle. Haviam acabado de chegar ao estádio e estavam indo em direção ao camarim do rapaz para que ele pudesse se preparar. Mari carregava um dos figurinos que ele usaria no dia seguinte a ela entregada por uma das figurinistas. Assim que entraram no espaçoso espaço onde havia o nome de Yunho gravado na porta, Mari se dirigiu até um dos cabideiros, guardando a roupa do cantor com todo o cuidado para que não fosse amassado. Yunho ficou parado, fitando-a friamente.

-Já pode sair. Finalmente esse dia com você na minha cola termina aqui. Vai procurar algo pra fazer longe de mim. Preciso de espaço para me concentrar.

Mari fitou o rapaz, surpresa com o que ele acabara de lhe dizer. Sentiu-se irritada. A jovem foi até a porta, fechando, deixando apenas os dois no espaçoso lugar. Yunho fitou a garota com desdém.

-O que pensa que está fazendo? Não disse que preciso de espaço agora?

Mari que até então o estava encarando com as mãos na cintura, aproximou-se dele, o empurrando contra a parede do camarim, irritada.

-Ei. O que pensa que esta fazendo?

Yunho a fitava com os olhos arregalados, surpreso com a reação inesperada dela.

-Cala boca –dizia ela- Agora quem fala sou eu. Já que vamos trabalhar juntos é melhor pararmos com essas indiretas e implicâncias infantis. Sei que você está agindo desta forma por que ainda não superou o fato de eu ter te rejeitado no colégio e não se conforma com a minha decisão até hoje por que você me amava.

-Falou bem –disse Yunho aumentando seu tom de voz, irritado com o que ela havia acabado de lhe dizer- Eu te amava. Hoje em dia não sinto nada por você. E se quer saber, você me fez um favor tendo me ignorado e...

-Shiu. Eu disse que era a minha vez de falar, não disse? Eu também não sinto mais nada por você, mas vejo que para termos uma boa convivência terei que te esclarecer algumas coisas importantes.

A jovem soltou Yunho da parede, abaixando a cabeça e seu tom de voz, meio sem jeito.

-Acho que você tem que saber da verdade. Yunho, no tempo de colégio eu era completamente apaixonada por você. Tudo o que eu mais queria era ter ficado com você e ter me tornado sua namorada, porem meu pai era implicante e não aceitava de forma alguma nosso romance por que... –Mari corou, sem jeito- por que segundo ele você era de uma classe social inferior a minha. Admito que na época eu fui uma idiota. Eu era pra ter enfrentado meu pai e ter assumido o amor que eu sentia por ti, mas fui covarde. Entenda também... Eu era infantil e muito boba. Mas as coisas mudaram. Quero te pedir perdão por ter te magoado na época, mas não tive escolha. Espero que agora, sabendo o real motivo por eu ter te rejeitado, você possa curar essa sua magoa e possamos então conviver bem dentro desta empresa.

Mari voltou a fitar Yunho nos olhos e viu a surpresa estampada em seu rosto. O rapaz ainda tentava assimilar as palavras a ele ditas quando viu Mari se virar de costas, indo em direção a porta.

-Espere –gritou ele- Eu... Eu pensei que você não gostava de mim e que... Que só queria me humilhar para me ver mal. Não sabia que... Você gostava de mim.

Mari forçou um sorriso.

-Isso não importa mais hoje em dia não é? Desculpe. Nunca quis realmente te magoar e saiba que também sofri muito na época com toda aquela situação e pressão em cima de mim. Espero que me entenda, mesmo depois de todos esses anos. Agora preciso ir. Até mais.

Yunho observou a jovem se retirar da sala, ainda surpreso com a repentina revelação. Finalmente, depois de anos, as coisas estavam fazendo sentido.

Próximo Capítulo: 01/03

Aguardem!

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